Como funciona a Inovação Disruptiva

Falar em inovação disruptiva no mundo dos negócios já é quase como quando você repete tanto uma palavra para si mesmo que ela perde o significado. Todo mundo acha que sabe o que é, mas ninguém investiga o conceito a fundo nem consegue explicar com propriedade do que se trata.

E eu concordo demais com a Lisa quando ela diz que “você não é legal só porque fica usando um monte de buzzwords que ninguém aguenta mais”. Então, segura aí que eu vou contar para você o que é inovação disruptiva, trazendo o conceito do autor e alguns exemplos para ilustrar!

O que é inovação disruptiva?

O termo “inovação disruptiva” caiu na boca dos empreendedores e, por isso, é bem mais usado do que deveria. Só que não basta uma ideia genial e uma boa execução — existem características bem específicas para que uma inovação possa ser considerada disruptiva.

A inovação disruptiva acontece quando a criação de uma solução acaba por desestabilizar o mercado em que está inserida, tamanha é a diferença que ela faz na vida das pessoas. Por isso, ela sacode os concorrentes e abocanha uma fatia de mercado até maior do que existia antes.

Isso acontece porque a nova solução é mais conveniente, barata e acessível. Ou, talvez, porque ela também entrega uma qualidade maior do que a anterior.

Além disso, os setores que sofrem com a inovação disruptiva geralmente têm o caro e complexo como regra. É claro que isso acaba criando uma disparidade ainda maior entre o que já existia e o que passou a existir.

De onde surgiu esse conceito?

O conceito “inovação disruptiva” apareceu pela primeira vez com Clayton M. Christensen, professor de administração da Harvard Business School que escreveu o livro O Dilema da Inovação.

Christensen se inspirou em um autor que até já falamos aqui no blog, o Joseph Schumpeter, e seu conceito de “destruição criativa”. Segundo ele, a força que leva a economia para frente é justamente essa inovação que revoluciona mercados — mesmo que isso signifique dizimar empresas que uma vez já foram líderes.

Basicamente, é uma ideia contrária à inovação incremental, que acontece quando um produto ou serviço é melhorado a partir de uma pequena mudança.

Alguns exemplos de inovação disruptiva

Daria para ficar aqui até amanhã, listando exemplos e mais exemplos de empresas que se consolidaram no mercado a partir de uma inovação disruptiva.

Mas eu resolvi trazer duas coisas que estão presentes no dia a dia de todo mundo, para ficar mais fácil de conectar com a vida real! Segura aí:

Smartphone

Ok, esse é o exemplo mais manjado de todos. Até porque todo mundo tem uma boa noção do impacto profundo que os smartphones têm na nossa vida!

Eles botaram o jeito de fazer qualquer coisa de cabeça para baixo. Tanto que ninguém precisa esperar na fila do banco para pagar as contas ou ir até o supermercado para fazer as compras da semana! Ou comprar um CD para ouvir música, ou buscar o jornal para ficar sabendo das notícias… De verdade, as possibilidades são infinitas.

É por isso que os celulares configuram uma inovação disruptiva. Eles tornam essas tarefas bem mais simples, fazendo com que uma grande parcela da população passe a ter acesso a elas de maneira mais prática.

Aplicativos de todos os tipos

Qualquer app de serviços que você tenha aí no seu celular pode ser considerado uma inovação disruptiva. Seja o iFood, Uber, 99, Triider, Rappi, Spotify… Até achar o amor agora é disruptivo com opções como o Tinder ou o Happn.

Isso porque eles servem para tornar mais fácil aquilo que você já fazia, mas de uma maneira mais trabalhosa.

Até mesmo o WhatsApp pode ser considerado um baita exemplo de inovação disruptiva. Além de facilitar demais a comunicação via smartphone, ele basicamente inutilizou outros recursos próprios do celular.

Um exemplo é a ligação (quem aí não liga pelo Whats para não gastar os créditos da semana?), além do próprio SMS.

Inovação disruptiva é uma faca de dois gumes

A inovação disruptiva tem algumas consequências incríveis, e outras nem tanto. Desse último grupo, a mais óbvia é a falência de empresas que não conseguem se manter atualizadas frente ao mercado.

Afinal, em grande escala, isso acaba gerando desemprego e desestabilizando milhares (ou milhões) de vidas de uma vez só.

Isso porque a inovação disruptiva tem algumas características voláteis que trazem problemas que não podem ser previstos, como foi o processo de gentrificação que jogou o preço dos aluguéis em certas cidades dos Estados Unidos lá em cima por conta do Airbnb.

O lado bom é que, em tese, a inovação disruptiva serve para dar poder de escolha para o consumidor. E, geralmente, essa escolha é uma opção mais em conta e mais prática do que a anterior, o que facilita bastante a vida do usuário final.

Afinal, muitas vezes, o que torna uma nova solução disruptiva é tornar acessível para quem tem menos dinheiro algo que era um privilégio dos mais ricos — como foi o caso do computador pessoal!

Como fazer uma inovação disruptiva?

Talvez essa seja a pergunta mais sem resposta que já fizemos aqui no blog. Ok, você pode até criar as condições ideais para a inovação incremental, ou mesmo para a inovação aberta. Mas replicar uma inovação disruptiva é basicamente impossível!

Isso porque a inovação disruptiva envolve todo um contexto social e econômico que raramente pode ser previsto. Claro, ela está atrelada a um grande nível de investimento em P & D e uma cultura fortíssima de inovação, mas pode acontecer de várias maneiras diferentes.

Por isso, a dica sempre vai ser: tenha a mudança como uma constante para propagar a inovação na sua empresa. Inovar é arriscado justamente porque não garante nada, mas as chances são muito maiores se você der o espaço necessário para que as ideias floresçam e se desenvolvam em um ambiente fértil.

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