Impacto da crise econômica

Acompanhamos diversas empresas que sofreram pelas crises econômicas.

Apesar das opiniões divididas, uma coisa é clara: o momento não está bom para muitos negócios, que precisam se reinventar a cada dia para continuarem de pé.

É por causa desse panorama que eu quero te ajudar a encontrar oportunidades no cenário digital. E, para isso, entender o atual comportamento online é bem importante. Vamos aos números?

Uso da internet durante a crise

As pessoas estão passando muito mais tempo na internet agora do que costumavam com a rotina de trabalho normal.

Com a quarentena, mesmo em home office, era esperado que o comportamento mudasse e que redes sociais fossem acessadas mais vezes ao longo do dia. Também, a fins informativos, era esperado o aumento do acesso diário por conta do consumo de notícias.

Porém, o padrão que se estabeleceu é até um pouco inesperado. O pico de uso da internet está entre as 8h e a meia-noite, seguindo o padrão de fins de semana, que normalmente apresentavam essa tendência.

Dados diários
[Gráfico] Fonte: IX.br | Dados de Porto Alegre
Dados semanais
[Gráfico] Fonte: IX.br | Dados de Porto Alegre

Você pode ver os dados de acessos em outras capitais do país, aqui.

Ou seja, as pessoas estão conectadas quase 100% do tempo. E se você acha que isso já era normal, saiba que muitas pessoas utilizavam pouco o celular durante o trabalho, ou o baniam completamente.

Em resumo, os hábitos e comportamentos mudaram e temos muito mais gente na internet o tempo todo. Ainda, temos aqueles que realmente estão incapacitados de trabalhar e somam à parcela de público conectado ao longo do dia.

Mas o que essas pessoas estão fazendo na internet?

Aumento na busca por informação

O boom de acessos à internet está diretamente ligado à necessidade de estar bem informado, o que já é natural do ser humano – e, em meio a uma crise econômica, mais ainda.

Em análise do Marktest, é possível notar como o conteúdo online é prioridade em comparação ao conteúdo de mídias tradicionais.

Evolução dos pageviwes
Fonte: Marktest

Informação: visualizações de conteúdos dos sites nacionais de Informação medidos pelo netAudience

Além dos portais de notícias, outros canais online também ganham foco quando falamos de acesso à informação: redes sociais, blogs, conteúdos em vídeo, podcasts, newsletters, entre outros.

Aumento na compra online

Outro comportamento que já estava crescendo e agora teve uma explosão foram as compras online.

Segundo a última atualização da Nielsen, ocorreu um aumento considerável no mês de março para compras autoservice (onde o consumidor faz todo o processo de compra sozinho, como na maioria dos e-commerces).

Novos consumidores online
Fonte: Nielsen

Vale lembrar que um dos segmentos de e-commerce que está dentro desse aumento é o farmacêutico, onde a competição por espaço no online está cada vez mais disputada — afinal, quem fica na primeira página do Google ganha mais destaque entre o público.

Tráfego por segmento

Quanto ao número de visitas em sites comerciais, é difícil fazer uma projeção do que esperar nos próximos meses. Isso depende de muitos fatores: tempo e otimização da página, credibilidade da empresa, entre outros.

Porém, no cenário geral, é possível ter uma base pelo que já aconteceu desde o início do ano até então.

Tráfego durante o Covid 19
Fonte: Neil Patel

Como mostra o gráfico disponibilizado pelo Neil Patel, que reuniu informações de procura do banco de dados do Ubersuggest, a maioria dos segmentos tiveram quedas de tráfego, enquanto outros (poucos) subiram. São eles:

  • Finanças: a economia é um tema muito em alta por causa da crise e seus problemas futuros;
  • Alimentação: a quarentena elevou a procura por serviços delivery e mercados online (serviço básico);
  • Saúde: obviamente, o tema mais falado do momento é relacionado à saúde em quase todos os âmbitos da área;
  • Mídia: para estar informado o tempo todo sobre a situação do Brasil e do mundo;
  • Farmácia: pessoas procurando por drogarias online para continuarem comprando seus medicamentos (serviço básico).

Agora, a proposta é deixar de olhar para aqueles que tiveram seu aumento esperado e analisar os segmentos com pouquissíma baixa na procura, como o e-commerce, educação e tecnologia.

O que essas empresas estão fazendo para controlar a baixa (em questões de procura orgânica)?

  • E-commerce: mesmo empresas que não vendem produtos propícios para a compra no momento estão mantendo seus canais de comunicação ativos. Com isso, esperam melhorar o relacionamento com o público, não ser esquecidos nesse momento em que os focos estão divididos e fortalecer a presença digital para quando a crise passar.
  • Educação: empresas do ramo estão produzindo muito conteúdo online, como lives educativas, cursos à distância, vídeos enviados por WhatsApp, ambientes de e-learning e várias outras alternativas de continuar na ativa.
  • Tecnologia: soluções tecnológicas estão mantendo muitos trabalhos funcionando. Por isso, grande parte dessas empresas está mantendo o investimento em marketing nesses meses mais críticos.

E o varejo?

Vale olhar especificamente para os números do varejo para ter uma boa noção de como estão as vendas de cada setor de produto, seja online ou físico.

Na atualização da Nielsen sobre os impactos da crise no varejo e FMCG (bens de consumo rápido), foram constatados os seguintes índices:

  • Perecíveis (frescos): 11%
  • Mercearia: 6%
  • Bebidas: 3%
  • Higiene e beleza: 3%
  • Perecíveis (ind.): 2%
  • Commodities: 3%
  • Eletrônicos: -4%
  • Limpeza: 6%
  • Bazar: -3%
  • Outros: -3%
  • Têxtil: -4%
  • Sazonais: -2%
  • Tabaco: 13%

Lembrando que muitos varejistas que antes não trabalhavam com vendas online ou entrega começaram a optar por esse formato para manterem as portas abertas.

Outra observação interessante é sobre os segmentos que tiveram baixa nas vendas, como eletrônicos. Apesar desse cenário geral, se analisarmos a performance de cada produto, é possível notar que as vendas de tablets e televisões aumentaram, o que é uma oportunidade para muitos e-commerces que trabalham com esse segmento.

O que fazer para continuar ativo

Ao conferir o interesse pelo tema “marketing” durante a semana do dia 15 ao dia 22 (período em que muitas empresas tiveram que parar ou mudar seus processos de trabalho) no Google Trends, você se depara com o seguinte cenário:

Google Trends 2020

Tivemos uma baixa na procura por assuntos relacionados a marketing nesse período. Eu fiz uma comparação com anos anteriores para concluir que isso não é natural de acontecer.

Google Trends anos anteriores

O Google Trends já começa a registrar a queda da busca por marketing em um mês atípico, já que o interesse por esses assuntos sempre cai em torno de dezembro e janeiro, quase nunca a partir de março.

Por que isso acontece? Você pode dizer que tem a ver com “cortes de custos”, mas não é só isso. Afinal, as buscas no Google podem ser por conteúdo gratuito, certo?

O cenário é que vários tomadores de decisões em empresas (principalmente quando falamos de pequenas e iniciantes) ainda não estão maduros o suficiente quanto a estratégias de marketing digital. E isso traz o foco para soluções imediatas.

Mas são pouquíssimas as soluções imediatas nesse momento. 

Para algumas empresas, o pior momento para “esquecer” do marketing é exatamente esse. E agora?

A verdade é que vários profissionais e especialistas de diversos segmentos de mercado estão apostando em estratégias que só trarão resultados a longo prazo.

*Por que algumas empresas de turismo, o nicho mais abalado, continuam com blogs, redes sociais e e-mails ativados? Para melhorar a presença online e ter condições de vender, organicamente, seus pacotes daqui a seis meses ou até um ano.

E isso se aplica a muitos negócios. Em qual situação você está? Entre os que tiveram aumento, os que tiveram poucas baixas no orgânico ou os emergenciais?

Minha sugestão para você nesse momento

Se você ainda não tem um plano claro para reagir ao momento, é hora de criar um. Quanto às ações de marketing, pense no que você pode fazer para se manter ativo e em quais atitudes você pode tomar agora e que terão efeito em vendas futuras.

Mas não pare o seu marketing. Ele é uma das soluções mais fortes para manter seu negócio em pé.

Por isso, eu fiz essa pesquisa de cenário para te mostrar como o comportamento online está abrindo ainda mais oportunidades para você crescer. Com dados, fica bem mais fácil traçar planos e tomar decisões.

É bom tanto para quem já estava com seu negócio na internet quanto para quem está querendo estabelecer uma presença digital para se manter ativo. 🙂

Me prometa uma coisa: você vai enxergar o momento de maneira positiva e encontrar oportunidades onde outros estão deixando passar, ok?

Conteúdos que podem ajudar

Muitos dos nossos clientes estão com dúvidas sobre quais estratégias de marketing digital eles podem aplicar nesse momento, assim como quais temas abordar na hora de gerar conteúdo.

Então, eu separei alguns posts educativos que temos aqui no blog para ajudá-los (depois de uma conversa longa sobre todo esse cenário que mostrei aqui).

Vou compartilhar essa lista com você também. Tenho certeza que será de grande ajuda nesse momento. 🙂

Ó:

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